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Punk




Ao contrário de que alguns dizem, a palavra “punk” não foi inventada pelo grande Mestre e visionário Malcom McLaren (empresário do Sex Pistols). A palavra veio de Shakespeare do século XVI, e tinha o significado de prostituta ou prostituto.

O estilo punk segundo algumas informações se originou em Nova York em 1974. Existiu uma casa noturna CBGB, que as bandas Ramones, New York Dolls e Television tocaram, mas foi em Londres que rolou mesmo a “paulada” de repercussão mundial com o Sex Pistols e The Clash.

O estilo teve uma quantidade grande de seguidores pois os países passavam por problemas políticos e as bandas começaram a fazer músicas sobre o governo, anarquia, etc. Isso não foi muito diferente no Brasil com a ditadura no final dos 70 e anos 80.
O visual punk era relativo, pois muitos que gostavam das bandas e do movimento não obrigatoriamente usavam cabelos moicano ou correntes com cadeado na ponta, tanto que os cabelos curtos eram um sinal de se manifestar contra os hippies ainda no final dos anos 70.

Realmente a parte do visual foi feito para chamar a atenção e ser contra o sistema, batiam de frente com aqueles que não iam com os seus ideais, na Inglaterra a grande maioria dos punks surgiram de pessoas de classe trabalhadora e baixa renda.
Outras bandas se destacaram nesse cenário nos anos 80: Dead Kennedys, D.R.I, GBH, The Adicts, Toy Dolls, Suicidal Tendencies, entre outras.


Dead Kennedys simplesmente detonou nos anos 80 com California Über Alles, o polêmico clipe da música Holiday in Cambodia e música MTV Get Off The Air. Onde alguns de seus shows foram interrompidos com a chegada da polícia. Jello Biafra o vocalista, chegou a se candidatar a prefeito de San Francisco.

D.R.I. e Suicidal Tendencies foi muito ouvido também por skatistas da gringa. Aqui no Brasil os skatistas tiveram uma grande sorte em ter também Grinders e Replicantes, além de vários shows dos Inocentes que tinham nos campeonatos de skate.

Toy Dolls é um caso a parte, impossível não lembrar da performance dos integrantes, principlamente o vocalista Olga. Sucesso como Nellie The Elephant e She Goes To Finos dispararam nas pistas de muitas casas e festinhas de bairro nos anos 80.

Ramones, Sex Pistols e The Clash também continuam firmes e fortes para aqueles com bom gosto musical. Sem esquecer uma das fotografias de capa de vinil mais famosas até hoje na música punk que é o LP London Calling, que podemos ver um quadro enorme desta capa no Projeto Autobahn.

Vale lembrar que naquela época sem internet e sem os meios de comunicação que temos hoje, as notícias chegavam de forma distorcida e muitas vezes errada, isso foi umas das coisas que aconteceu com a maioria da sociedade em achar que todo punk era marginal, o que nunca foi verdade!

De fato aconteciam brigas entre gangues, seja em Nova York, Londres ou São Paulo. Mas brigas assim também existiram entre surfistas, headbangers (metaleiros), skatistas, pessoal do hip-hop, etc.


As gangues surgiram obviamente com as turmas que eram formadas, mas foi o filme “Warriors” que deu um grande “start” no Brasil, pois todos começaram a agir igual ao filme. Dentre as principais e mais temidas gangues: Ostrogodos da Vila Santa Maria (Zona Norte), Carolina Punk (Zona Norte), Punk da Morte (Zona Norte), Funeral Punk (Zona Sul), Meloso (Zona Norte), Os Rebeldes (São Caetano), Os Metralhas, e muitas outras. Enfim...era porrada pra todo o lado!!

No final dos anos 70 a música no mundo todo imperou com as Disco’s e os Embalos de Sábado a Noite, algo que quem não gostava e tinha suas bandas de garagem começaram muito a seguir o estilo punk. O mesmo aconteceu que nesta época no Brasil, as pessoas estavam carentes de mais Rock e tocava toda hora MPB. Por sorte tínhamos uma minoria de bandas de Rock nacional que mesmo com estilo mais metal, era considerada uma ótima banda independente do estilo de rock ou punk que a pessoa tinha. Eu mesmo tive o prazer de assistir a um show do Made in Brazil no Palmeiras no começo dos anos 80, aliás tive uma grande sorte de entrar em shows de bandas no Palmeiras pois eu devia ter uns 15 anos, mas era sócio de lá. Rsrs

No português claro é que muitas bandas no Brasil quem curtiam rock e suas vertentes, estavam de saco cheio de ouvir MPB nas rádios.


O Punk em São Paulo:
Uma Vila Punk chamada Vila Carolina:
O movimento punk em São Paulo começou na periferia de vários bairros e vilas, algumas vezes não só com o movimento em si, mas também surgiram várias bandas de garagens na época.

Muitos já estavam saturados das bandas de rock que haviam se “comercializado ao sistema”, como Rolling Stones, Kiss e Deep Purple, começavam a ter sua filosofia de vida e seus pensamentos voltados ao “menos pop” e buscar algo novo que tivesse a ver com a vida das pessoas na realidade brasileira, ainda mais da classe trabalhadora da periferia.

Foi na Vila Carolina, uma vila entre o Bairro do Limão e a Freguesia do Ó que surgiram algumas bandas onde parte eram estudantes de uma escola estadual no Bairro do Limão, a escola EETAL (essa escola aparece seus corredores em imagens e depoimentos em um Documentário com Clemente, Ariel, João Gordo, Kid Vinil, Fabio Massari e muitos outros, ela fica muito perto de casa, tanto que ainda vou lá para votar em toda eleição. Rsrs). As bandas também surgiram de outras regiões de Sampa, mas a Vila Carolina foi praticamente o ponta pé inicial de período que podemos dizer “pré-punk”. A música sempre foi essencial para transmitir esse movimento, bandas como “Restos do Nada”, “AI-5”, “Condutores de Cadáver”, “Olho Seco” e “Cólera”. Não vamos esquecer também dos Garotos Podres!

A sorte é que algumas coisas eu posso descrever nesse texto não só baseado em matérias na Internet, mas das coisas que vi com meus próprios olhos já que sou morador do Bairro do Limão. Pessoas de grande importância na música brasileira estiverem na área da Vila Carolina e outros sendo moradores mesmo, Clemente ex-Inocentes e atual Plebe Rude é um dos ícones que sempre estava presente. Alguns também de outras turmas que na época eram as famosas gangues que curtiam outros estilos, tais como os “Rockabillys” que eram constantemente vistos no Bairro do Limão mais precisamente um quarteirão de distância do colégio EETAL. Turmas da Vila Carolina como os “Rude Boys”.


O estilo de se vestir também é algo marcante, pois o visual contava muito, no final dos anos 70, algo interessante a se comentar era de uma loja no Centro de SP na Rua Dom José Gaspar, que importava uniformes usados de soldados americanos.
Até hoje, 30 anos depois, a Carolina Punk é conhecida como a turma ou “gangue” punk mais temida do Brasil (depoimento inclusive do João Gordo – Ratos de Porão) pelas intermináveis brigas, alguns andavam armados até com machadinhas e em São Paulo as brigas entre gangues chegaram inclusive a vítimas fatais em suas brigas. Mas o principal de todas essas gangues é que por ela surgiram novos pensamentos, estilos de vida e principalmente boas músicas que muitas bandas de sucesso se inspiraram muito ou pouco com as velhas e barulhentas bandas de garagem da Vila Carolina.

Depois começaram a surgir poucas lojas no Centro que vendiam discos de punk e por lá o pessoal começou a se reunir e trocar conhecimentos.


E por onde anda o pessoal da Carolina Punk? Não sei de todos, mas alguns foram para montar suas bandas e parte que até hoje curte o movimento , outros simplesmente sumiram e foram levar suas vidas. Existiu uma divisão bem radical com novos estilos que surgiram no começo dos anos 80 no Brasil e muitos seguiram. Foi o caso de algumas pessoas que freqüentavam ou tinham contato direto com o pessoal da Carolina Punk. Alguns foram para a turma do “break” para dançar e juntaram novos adeptos, outros mais pra o clima sombrio ao som de Joy Division e Bauhaus, formaram uma turma de “darks”.

Por último veio aqueles que curtiam de vários estilos de som, do Synthpop, ao New Wave e Punk, onde formaram uma das turmas ou “gangue” de Skate mais unida e conhecida da Zona Norte da Vila Carolina, Bairro do Limão, Vila Santa Maria e Jardim Primavera, a SKATE GRADE (a qual tive o prazer de fazer parte e até hoje encontro com parte desses amigos, muitas vezes nos encontramos inclusive no Projeto Autobahn para dançar e curtir o verdadeiro som dos anos 80). O nome SKATE GRADE surgiu de uma brincadeira onde um dos integrantes da turma não sabia cantar direito uma música da banda de Skate Punk “Grinders”

Curiosidades:

- Ao contrário de alguns dizem, a palavra “punk” não foi inventada pelo grande Mestre e visionário Malcom McLaren (empresário do Sex Pistols). A palavra veio de Shakespeare do século 16, e tinha o significado de prostituta ou prostituto.

- O primeiro show punk conhecido no Brasil foi no porão de uma padaria em São Paulo onde nessa época o Kid Vinil tinha um Fusca e foi até a Vila Carolina buscar os equipamentos da banda enquanto os integrantes das bandas foram de ônibus.

- Um dos primeiros programas de rádio a tocar e falar sobre o estilo punk, foi a Rádio Excelsior com Kid Vinil.

- Em São Paulo nos outros shows que rolavam de bandas punks, o público pedia o som das fitas K-7, isso mesmo...queriam que colocassem músicas nas fitas K-7 ao invés que ao vivo.

- A primeira Revista a comentar sobre punk no Brasil foi a Revista POP, onde teve também um dos LP’s mais importantes para este estilo lançado em 1977.

- A loja Punk Rock no Centro de São Paulo foi um dos principais pontos de encontro de punks da Zona Norte, Sul, Leste, Oeste e ABC. Também se encontravam no Largo São Bento.

- A Rede Globo foi uma das principais a “queimar o filme” do estilo punk no Brasil em um dos grandes eventos que aconteceu na época, distorcendo os verdadeiros acontecimentos entre outras alienações e sensacionalismos que já conhecemos nas telinhas.

- Os Sex Pistols foram a única banda que fizeram os trabalhadores da indústria fonográfica a entrarem em greve porque estes se recusavam a fabricar o disco "Nevermind The Bullocks".

- Quando "God Save The Queen", ultrapassou Rod Stewart e ficou em primeiro lugar, a parada de sucessos inglesa não deu nome da música e deixou a primeira colocação em branco. Nunca mais o fato se repetiu com qualquer outra banda. A música também foi proibida de tocar na rádio BBC.

- The Clash (London Calling) - A foto retrata o baixista Paul Simonon quebrando seu baixo no fim de um show em que ele simplesmente errou em quase todas as músicas, frustrado com sua performance ele decidiu quebrar o seu instrumento. Em uma entrevista, Paul disse que se arrepende de seu ato, pois aquele era seu baixo favorito. Outro fato curioso da capa é que ela é uma homenagem ao primeiro disco do Elvis. Percebam que as palavras London Calling e Elvis Presley têm a mesma cor e estão disposta da mesma maneira.

- O grupo britânico Sex Pistols nasceu em uma loja de roupas, a Sex, e seu visual foi criado pela estilista Vivienne Westwood, que trouxe de Nova York as peças rasgadas, os rebites, os alfinetes e os toques eróticos. Essas tendências e o incentivo à individualidade estimularam os punks a bolar visuais únicos. Até os cabelos curtos eram um manifesto: opunham-se às longas madeixas dos hippies.

Existe muito mais para se falar do estilo punk que eu levaria dias digitando por aqui, mas espero que tenham gostado desse resumo de como foi o estilo punk. Recomendo muito as pessoas procurem um Documentário disponível no Youtube chamado: “Botinada - A Origem do Punk no Brasil”, vale a pena assistir independente do estilo que você goste! ;)

Agradecimentos: Ao excelente texto do Ariel (que foi das Bandas: Restos de Nada, Desequilíbrio e Inocentes em seu ótimo texto no Portal do Rock Express) e o Documentário com Fabio Massari, Kid Vinil, Clemente, Mao (Banda Garotos Podres), Wander (Banda Replicantes) e a todos que fizeram daquele Documentário uma verdadeira obra de grande importância para a música.

Van Depeche



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