Nascido em 31 de Janeiro de 1961 em Buxton, Inglaterra,
Lloyd Cole formou o The Comotions em 1982, enquanto cursava filosofia
na Universidade de Glasgow. Originalmente, a banda tocava soul music no
estilo das versões longas de Isaac Hayes no disco Hot Buttered
Soul. Algumas músicas dessa época chegavam a 18 minutos
de duração. A banda era formada basicamente por um quinteto.
Havia sempre revezamento de músicos, mas os mais constantes eram:
Blair Cowan (tecladista), Neil Clark (guitarra), Lawrence
Donegan (baixo) e Stephen Inrvine (bateria). Já neste
período, graças à sua formação, Lloyd
Cole se estabeleceu como um dos melhores compositores e letristas do post-punk.
Observado durante as apresentações de sua
banda em universidades e bares locais, Cole começou a chamar a
atenção de alguns produtores e empresários pela qualidade
das composições e das letras. O que impressionava muito
o público, era o fato de não ter nenhum disco gravado e
de nunca terem entrado em estúdio.
Foram procurados pela Polydor britânica e assinaram o seu primeiro
contrato em 1983. Lançaram o seu primeiro disco em 1984, Rattlesankes.
Nas faixas havia muito mais estilo do que atitude, o que agradou público
e crítica. Além disso, as letras traziam referencias à
clássicos da cultura intelectual como filmes (Jules et Jim
de François Truffeaut) e escritores (Simone de Beauvoir
e Norman Mailer). Esse estilo foi a semente do que seria adotado
por várias bandas, principalmente as escocesas, durante os anos
90. Cultura, estilo e técnica refinada. O single Perfect Skin
chegou ao Top 30 na Inglaterra.
Cultuados
na Inglaterra, mas ignorados pelo resto do planeta, a gravadora recomendou
a Lloyd Cole que aceitasse a ajuda de dois grandes produtores para o segundo
disco. Alan Winstanley e Clive Langer foram recrutados, mas quase não
acreditaram no material que tinham em mãos. O material que a banda
havia gravado quase não precisava de retoques e em 1985 essas músicas
foram lançadas no disco Easy Pieces,
considerados por muitos como o melhor disco da banda, trazia músicas
como Lost Weekend e Brand new friend , desta vez com um
maravilhoso uso dos sintetizadores típico das principais bandas
dos anos 80. Estas músicas foram lançadas como single, não
só na Inglaterra como no resto do mundo. As duas músicas
foram bastante executadas nas rádios alternativas da Grã
Bretanha. Brand New Friend é considerado até hoje um dos
melhores singles ao lado de Perfect Skin, suas melhores músicas
e coincidentemente as únicas realmente ligadas à linha sonora
dos New Romantics que marcou definitivamente
a década de 80, como pode ser visto na foto acima, cabelo e estilo
mais New Romantic, franja, roupa clara e elegante.
O terceiro álbum da banda foi lançado em 1987. Intitulado
como Mainstream, o disco referenciado
numa crítica à mídia fonográfica, também
não obteve reconhecimento do grande público, mas continuou
sendo muito executado nas rádios alternativas européias.
Curiosamente, foi a partir deste disco que algumas rádios universitárias
americanas passaram a conhecer melhor o trabalho da banda. Ainda assim,
Cole decidiu seguir sua carreira solo e acabar com a banda ainda em 1987.
No início de 1988, Cole se mudou para Nova York com a intenção
de fazer um trabalho solo. Ele se juntou ao baterista Fred Maher,
ao guitarrista Robert Quine e ao baixista e letrista Matthew
Sweet. Os trabalhos duraram dois anos onde nesse tempo Cole aplicou
a sua filosofia de apenas fazer apresentações. Dessa forma,
compondo material inédito e se entrosando com a banda que o acompanhava
buscando sempre um refinamento musical que era a sua principal característica.
O disco intitulado Lloyd Cole foi lançado em 1990 e, apesar
de ter sido lançado por uma gravadora pequena, foi bem recebido
pela crítica, mas o público americano não recebeu
bem a proposta de Cole. O disco também foi mal recebido na Inglaterra,
uma vez que a Acid House estava no auge. O disco não rendeu nenhum
single e Cole não chegou a fazer nenhuma apresentação
na Grã Bretanha. Ficou restrito a tocar em pequenas casas de shows
nos EUA.
Em 91 foi lançado Don get Weird on me baby,
que talvez tenha sido o disco que mais se aproximou dos desejos musicais
de Cole. O disco contou com a participação de uma orquesta
de cordas que desenvolveu arranjos elaborados, além de sua banda
de acompanhamento que já estavam tocando juntos à 3 anos.
O disco também contou com o maestro Paul Buckmaster que já
tinha trabalhado em discos de Elton John e dos Rolling Stones. Na opinião
do próprio Cole, esse disco foi o melhor de toda a sua carreira.
Mas Cole ainda seguia praticamente iludido com seu ideal e em 93 lançou
o disco Bad Vibes. Um disco muito bem feito, que traduziu um esforço
de Cole em misturar música psicodélica com eletrônica,
antecipando o que muitas bandas do brit pop vieram a fazer poucos anos
depois. Em 95 lançou o disco Love Story, onde ele voltou
a fazer o estilo dos primeiros anos de sua carreira com o The Commotions.
Esse retorno também aconteceu por conta da participação
do guitarrista Neil Clark neste disco.
Em 2001, Lloyd Cole lançou o álbum The Negatives e nomeou
a sua banda de apoio com o título do disco. Ainda durante o ano
de 2001, Cole partiu para uma longa turnê pela Inglaterra. Desta
vez, bem sucedida, uma vez que as bandas do britpop, assumiam em público
a influência de Lloyd Cole em suas músicas. Isso acabou criando
um interesse pelos discos antigos de Cole e os shows atraíram um
grande público durante as apresentações. Neste ano
de 2004, Cole lançou o álbum Music in a Foreign Language
apenas em vinil. Gravado em sua casa, o álbum é de difícil
assimilação e, até pelo seu formato, passou despercebido
pelo grande público.
Marcos Vicente e Robson Leandro da Silva
Discografia
Lloyd Cole & The Commotions
1984 – Rattlesnakes
1985 – Easy Pieces
1987 – Maisntream
Carreira solo:
1990 – Lloyd Cole
1991 – Don’t get weird on me baby
1993 – Bad Vibes
1995 – Love story
2000 – The Negatives
2001 – Plastic Woods
2002 – Loaded: Live in New York
2004 – Music in a foreign language
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